Final
O encarei perplexa. Os traços de seu rosto eram lindos. Ele tinha um nariz fino, passei minhas pequenas mãos por ele descendo para sua boca. O encarei profundamente, vendo uma pequena lágrima escorrer sobre seu lindo rosto, logo a enxuguei. Voltei a encará-lo desnorteada. Ele era cego e nunca havia contado para mim?
- Porque você não me contou Henrique? – Levantei, sem dar tempo de ele impedir meu ato inesperado.
- Isa, eu...
- CONFIEI EM VOCÊ HENRIQUE, QUAL O MOTIVO DE VOCÊ NÃO TER ME CONTADO QUE TAMBÉM ERA CEGO?
- Isa, me desculpa.
- Eu te... – Não tive forças para terminar a frase. Sai correndo para minha casa. Passamos meses e meses juntos, e ele me enganando. Confiei nele, ele me ajudava e não entendia o motivo de esconder sua dificuldade que tínhamos em comum. Eu também era cega, por que ele não podia contar para mim?
Subi rapidamente as escadas de minha casa. Abri a porta de meu quarto e cai sobre minha cama.
Durante uma semana notei que Henrique continuava indo ao parque de praxe, mas eu não tinha forças – ou coragem – para ir até ele.
Um mês depois de todo este ocorrido, estava voltando do colégio, passei pelo parque, mas ele não estava mais lá. Continuei caminhado para casa de cabeça abaixada. O pior foi perceber que desistimos de uma vez do nosso amor. Entrei em casa e logo debaixo da porta havia um envelope rosa misturado com outras contas para pagar. Peguei o envelope que tinha meu nome escrito com uma letra bem elegante.
Entrei em meu quarto deixando minha mala por algum canto, sentei na cadeira enfrente a escrivaninha. Imaginei mil e uma possibilidades de quem poderia ser, mas nada vinha em minha cabeça.
Abri a carta e grossas gotas de água escorriam em meu rosto.
Cuide bem dos meus olhos! Henrique.
FIM!
Essa história foi baseada em uma corrente de mensagens.