quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Súbita dádiva III



Parte III

Semanas pós semanas, eu ficava ainda mais ansiosa com cada toque do telefone.
E foi em mais um destes toques que corri escada abaixo para atendê-lo, mas era tarde de mais, meu pai já havia atendido. Sentei no sofá esperando algum sinal, mas o único que ouvi era meu pai falando “está certo”, “já estamos indo”.
Não entendia nada, mas entrei correndo no carro junto a ele.
- Deus ouviu suas preces – havia entonação em sua voz. Não precisava perguntar do que ele estava se referindo, pois já estava entendendo muito bem o que estava acontecendo. Eu iria ter a chance de poder enxergar novamente. Com toda a minha euforia acabei esquecendo de ligar para Henrique e avisar que não iria ao parque está tarde.
Entramos no hospital e fomos atendidos muito bem. Depois de me colocarem em cima da maca de cirurgia eu não me recordo do que fora ocorrido.
           
            Na manhã seguinte, acordei e os médicos me contaram que a havia ocorrido perfeitamente bem o transplante, mas teria que ficar dois dias com os curativos em meus olhos até que eu me acostumasse com aqueles órgãos estranhos dentro de mim.
Liguei para Henrique pedindo que me encontrasse no parque brevemente. Foram os dias mais longos e entediantes de minha vida.
Acordei aflita pela manhã. Rita – enfermeira que cuidou de mim durante esses dois dias. Na verdade ela foi um consolo para mim. Eu conversava com ela de tudo, contei minha história e de Henrique, como uma boa e nova amiga ouvia tudo com alegria. Rita me disse que estava muito emocionada com nossa história e queria que apresentasse Henrique um dia para ela – se aproximou estendendo a bandeja de café da manhã sobre a cama.
- Já posso tirar esses curativos, Rita? - coloquei a mão em cima dos panos que cobriam meus olhos em sinal que iria arrancá-los de uma vez por todas.
- Calma menina. Espere o Dr. Fernando chegar – retirou minhas mãos dos curativos, com  receio do que eu poderia fazer – se alimente um pouco que daqui alguns minutos você estará enxergando!
            Três horas da tarde, Doutor Fernando entrou no quarto me receitando remédios e mais remédios que eu deveria tomar e passar em meus olhos. Depois de um longo discurso ouvi muitas vozes entrarem no quarto e os curativos serem retirados de mim.

continua

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Súbita dádiva II

 Parte II
Ainda no mesmo ano, em uma tarde de junho, estava indo ao parque de praxe.
Sentei no pequeno banco de madeira e notei que ele ainda não havia chego. Esperei alguns minutos, mas ele estava demorando muito. Levantei decidida a voltar para casa.
Dei pequenos passos em direção a saída do parque, com a esperança dele me sustentar em seus braços e dizer que estava detido no trabalho por isso se atrasou. Mas nada, o único que escutei foi uma música idiota - idiota mais muito encantadora - vindo da direção onde segundos atrás eu estava sentada. Voltei ao banco para apreciar um pouco aquela linda melodia.
 Logo que me sentei senti duas mãos quentes tocando o meu rosto.
- Que namorar comigo? – Henrique sussurrou em meu ouvido com uma voz rouca.
Ao ouvir essa pequena e muito significante frase, o abracei com toda minha força e selei meus lábios junto aos dele. Começamos um beijo suave, ele era perfeito! Nunca pensei que alguém se apaixonaria por mim, e Henrique conseguiu superar todas as minhas expectativas.
No fim da tarde ele me levou para casa. Dei um beijo em seus lábios de despedida. Já estava girando a maçaneta da porta quando ele me puxou pelos braços.
- Eu te amo muito!
- Também te amo – abracei ele deixando uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- Ei! Não chore Isa.
- Você não entende amor. Eu nunca quis tanto poder enxergar como agora. Eu gostaria muito de te ver.
- Eu estava conversando com minha mãe semana passada sobre você, sobre sua deficiência. Por que você não procura um médico, um especialista no caso, pois poderia encontrar algum transplante de córnea. E se tudo desse certo você poderia voltar a enxergar – ficamos mais um tempo conversando sobre está brilhante idéia, e logo quando entrei em casa subi correndo para o quarto do meu pai para lhe contar estas duas novidades.
            Na manhã seguinte meu pai me levou ao médico para ver se era possível fazer o tal transplante de córnea. O médico disse que meu caso era difícil, mas caso houvesse alguma doação ele me ligaria.
 Chegando em casa. Tomei um rápido banho e corri para o parque com finalidade de contar as novidades para meu namorado. Disse como foi a consulta com o médico empolgadamente. Ele disse que estava feliz por mim, e que iria rezar para que houvesse alguma doação o mais rápido possível.    
             Dois meses se passaram, toda esperança que existia dentro de mim já estava chegando ao fim. Henrique perguntava a todo o momento o que me perturbava, mas não queria encher ele mais uma vez com meu problema, então apenas respondia que era cisma dele.
Certo fim de tarde, quando retornei a minha casa, não parava de pensar que nunca iria aparecer alguma doação. Acabei fazendo a maior tolice de minha vida, pois acabei esquecendo de todo o amor que eu sentia por Henrique e deixei a fúria dominar meus pensamentos. Tentei me suicidar e acabar com estes problemas de uma vez por todas. A única coisa que me recordo depois desse acidente era a voz do meu pai desesperado me chacoalhando em seus braços.
Quando contei para Henrique dessa minha imprudência, pude sentir a preocupação em sua voz, e logo ele me respondeu:
- Calma meu amor. Quanto menos você esperar, você estará na sala de cirurgia fazendo o transplante. Mas não de mais estes sustos em mim e principalmente em seu pai, certo? Imagina como seria para ele te perder - Henrique tinha razão. Eu estava completamente fora de mim quando tomei aquela atitude.
 Acreditei nele e toda a noite rezava para que meu desejo se realizasse rapidamente.

continua

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Súbita dádiva I



Parte I


Eu me chamo Isabella, Isabella Sampaio. Tenho vinte anos. Mudamos para São Paulo quando eu tinha apenas cinco anos de idade, foi logo depois do acidente. 




Eu e mamãe estávamos voltando de uma curta viagem até a praia, quando a carreta de um caminhão tombou nos acertando. Minha mãe não aguentou e faleceu. Fique em coma durante 3 meses, não me lembro direito, e logo que acordei não podia mais enxergar.

Gostaria poder ver de novo, como todos a minha volta. Me sinto deslocada, me sinto anormal!
Mas não foi por essa deficiência que as pessoas tinham aversão de estarem ao meu lado. Muito pelo contrário, sempre tive muitos amigos em torno de mim.
           
12 de fevereiro 
            O sinal do término da aula tinha acabado de soar. Era sexta-feira, e como toda tarde, fui passear no parque. Estava um dia frio e chuvoso. Cada passo que eu dava, ouvia o barulho dos foliáceos secos caídos sobre grama. Sentei em um banco úmido a fim de sentir um pouco a brisa. Podia não ver a paisagem, mas só de sentir o vento brando e fresco percorrendo meu rosto era uma sensação incrível.
- Posso sentar? – Me perguntou uma voz grossa.
- Claro!
- Como você se chama?
- Isabela – sorri gentilmente – e você?
- Prazer Henrique – ele pegou em minhas mãos em sinal de comprimento. Abri um grande sorriso involuntariamente. É difícil alguém ter contato comigo dessa maneira.
Fiquei até entardecer conversando com Henrique no parque. Contei sobre minha deficiência para ele, e ele me contou com o que ele trabalhava e sobre sua família. Era um garoto gentil, educado. Me sentia segura ao seu lado.
 Caíram as primeiras gotas de chuva. Disse a ele que tinha que ir. Como estava ameaçando cair uma tempestade ele me acompanhou até a porta de casa. Quando chegamos, ele disse para nos encontrarmos amanhã no mesmo local.
            Dias e dias se passaram, e meu cotidiano se tornou passar as tardes com Henrique, no mesmo pequeno banco onde nos encontramos pela primeira vez.
Henrique estava se tornando um ótimo amigo. Quando estávamos juntos me sentia bem, e quando não estava com ele, não conseguia parar de pensar quando eu iria vê-lo novamente.
- Henrique.
- Fala Isa – ele passou uma de suas mãos pelo meu rosto.
- Você sabe qual é o meu maior motivo deu querer voltar a enxergar um dia?
- Não – sua voz estava confusa.
- Eu gostaria de poder saber como você é, e está paisagem.
- Eu se fosse você não iria gostar de me ver não – disse ele rindo
- É sério Henrique. Nunca tive uma motivação tão grande para querer um dia poder enxergar, como quero poder ver você agora.
- Um dia seu sonho será realizado.

            Algum tempo depois, o sentimento que eu sentia por Henrique era tão forte, que não sabia direito como lidar com aquela estranha sensação dentro de mim. Nunca me apaixonei antes. Nunca tive um grande amigo. Tenho muitos colegas, mas apenas isso, colegas. 

continua

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Gente a próxima postagem será uma história em que nos criamos há um tempo, e decidimos colocar aqui pra quem estiver a fim de ler, vou postar um pouco por dia não é comprida, mais em um post só vai fica bem grandinho haha, espero que gostem beijos!  

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Terceira pessoa do plural

Já deu para perceber que começamos a postar e nem ao menos nos apresentamos, o entusiasmo para iniciar o blog era tanto, que acabamos esquecendo essa parte. Já faz algum tempo que nós estavamos criando coragem e deixando a preguiça de lado para iniciarmos a escrever. E finalmente conseguimos!
Vamos escrever todas nossas angustias e pensamentos para nos livrar de todo o mal guardado, e compartilhar todas a nossas alegrias. Afinal a vida não é feita apenas de momentos ruins!
É o nosso primeiro blog, por isso não está mil maravilhas, na verdade é apenas um começo, até para treinar a escrita que hoje em dia acaba sendo essencial. E também para ler um pouco dos outros blogs que são muito interessantes.
Não estamos escrevendo para convencer ninguém, apenas para compartilhas vivencias e opiniões. Uma ajuda é sempre bem vinda, então participem conosco nos comentários relatando a opinião de vocês.

"As biografias são apenas roupas e botões da pessoa. A vida da própria pessoa não pode ser escrita"( Mark Twain)

Ana Cláudia Dantas Martinho, 16 anos, nascida dia 7/10/1993. Apaixonada por chocolate, música, crianças, animais e livros, inclusive o seu favorito é Feliz Ano Velho de Marcelo Rubens Paiva. Sentimentalista, chora por tudo. Têm medo de se apegar as pessoas e depois perder elas.Adora dar risada, principalmente com os amigos. Cabeça dura, detesta estar errada. Não gosta muito de ouvir críticas, mas não se abala com as mesmas. Se estressa facilmente, e muito grossa, mas não gosta de tratar mal as pessoas. Não gosta de hipocrisia,mentiras, individualismo e muito menos de injustiça. Se preocupa muito com todos que estão a sua volta. Não é magra e mede 1,60. Adora geografia, história, matemática e literatura, mas detesta sua professora. Adorar computador, e adora dormir. Dedicada e muito preocupada com o futuro. Quer fazer jornalismo, intercâmbio pela Inglaterra, conhecer a Europa e ajudar as pessoas. Fala bem pouco inglês e sonha aprender francês e italiano. Têm medo de escuro, de espiritos, de altura e de distância. Odeia sentir saudade, mas é um sentimento que a persegue. Sua maior saudade é sua Vó. Ama sua família e seus amigos. Apaixonada por escrever, nas palavras ela acha uma maneira de dizer o que sente.

Bruna Henrique Caruso, 16 anos, nascida 8/02/1994. Adora comer, dormir, computador, crianças, sair com os amigos e se divertir. Adora tomar café da manhã na padaria com seus pais. Gosta de filosofia, e matérias que os professores dominam o assunto. Não gosta de limpar a casa, fazer lição e educação física. Odeia obrigações e responsabilidade. Muito preguiçosa. E por mais ansiosa que seja é muito paciente e está sempre disposta a ajudar. Não tem pulso firme e perdoa muito fácil. Não guarda mágoas, mas qualquer coisa a deixa chateada. Têm suas próprias opiniões, mas têm dificuldade em expressá-las. Odeia pessoas que se sentem superiores. Quer sair do país para conhecer o mundo antes de cursar uma faculdade. Quer ter uma vida digna e histórias para contar. Tem dificuldade em demonstrar seus sentimentos, chorar é quase uma raridade, mas por dentro há uma explosão deles.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dissimulação

Nesse conto de farsas o final pode não ser tão feliz!
Algumas pessoas se escondem atrás de máscaras, criando uma farsa sobre elas mesmas, e se tornando pessoas frias. É inacreditável que existem pessoas em nosso cotidiano que tentam se passar por "fodas" com mil e um argumentos para apenas sair por cima das outras, ridículo! Isso tudo é uma hipocrisia, não pense que a vida é como sempre imaginamos. Não se trata apenas de ter um carro, estar em uma boa faculdade e sair para vários lugares legais se você não tem ninguém ao seu lado. Ter um amigo que te valorize, que esteje com você tanto nos momentos bons, mas como também em maus momentos, é um dos grandes tesouros que nós temos e que fazem bem ao nosso interior, pois nenhum tipo de orgulho pode nos satisfazer. Sempre existem aquelas pessoas que desejam estar por cima, ser mais inteligente, ser a mais bonita, tudo dela ser o melhor, mas para que tudo isso adianta? Se apenas o que você está criando a sua volta são pessoas falsas, pois nem você é verdadeiro consigo.
Cansamos de toda essa farsas, hipocrisias, mentiras, joguinhos que estão sendo criados em nossa volta. Para que as pessoas são tão calculistas? Por que elas simplesmente não fazem o que seus corações mandam? Afinal eles nunca mentem !

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tecido Utopio


Será que sonhar é uma utopia?
Utopia: sistema ou plano irrealizável, uma fantasia. O não conformismo, a não aceitação de uma realidade, a não ser aquelas com um potencial humano elevado.
Muitas pessoas ignoram a realidade fechando seus olhos, iludindo a sua própria mente com a imaginação de seus sonhos. As pessoas sonham cada dia mais, pois quando um sonho se realiza, elas não se contentam, querendo melhorar a cada dia mais.
Um mundo melhor é SIM uma utopia, mas nós possuímos o mais importante, o poder de construir nosso próprio mundo, pois não há nada que aprisione nossas fantasias.
Sonhos são como uma costura de roupa, coloca-se a linha na agulha, e vai alinhavando pelo tecido. Os sonhos são o tecido dessa costura, já nós somos a linha da agulha, ou seja, estamos construindo nossa realidade a partir dos nossos sonhos.
Pois apenas imaginá-los não adianta, é preciso vivenciá-los.
Ouça seus sonhos, eles são mais espertos que você, afinal eles são o caminho para a eternidade!