sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Welcome to a new phase

Um novo ano está chegando e as EXPECTATIVAS crescem a cada dia mais. Novos SONHOS e DESEJOS que criamos por uma vida melhor. Claro que não passa de um dia, como todos os outros, mais pode ser um começo de novas mudanças. Para algumas pessoas o RECOMEÇO é simplesmente a vontade de recomeçar, para outras é necessário uma nova FASE. Então encare 2011 como uma nova fase da sua VIDA. Aprenda a mandar na sua mente, e ir atrás daquilo que voce é CAPAZ. Queira mudar e MUDE. Faça da sua vida a sua FELICIDADE.  Dance porque a DANÇA é a manifestação da alma; AME e seja amado; viva e deixe VIVER; sorria e ganhe SORRISO; CHORE e tenha uma lágrima de felicidade; SONHE e corra atrás; deseje; BEIJE; aprenda e ensine. A vida é passageira e o único orgulho que se pode ter é da própria HISTÓRIA.

domingo, 26 de dezembro de 2010

DEFINITIVO


Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas 
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um 
amigo, para nadar, para namorar. 

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas 
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Por que sofremos tanto por amor? 
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma 
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um 
verso: 

Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida 
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do 
sofrimento,perdemos também a felicidade. 

A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional...


Carlos Drummond de Andrade

Não deixe o amor passar

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR

Carlos Drummond de Andrade 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Saldunes

Éramos como unha e carne, queijo e goiabada, inseparáveis. Qualquer ambiente que íamos confundiam que éramos primas ou até mesmo irmãs. Riamos sem jeito dizendo que éramos apenas amigas. Chegavamos a nos perguntar se éramos tão iguais mesmo. Lembro-me que uma senhora nos disse que era pela nossa amizade ser tão forte e tão sincera que acabávamos sendo parecidas. Não discordava, ela tinha completa razão.
            Confiava a minha vida nela e tenho absoluta certeza que esse sentimento era recíproco. Era mais que um ombro amigo. Quando me metia em enrasca, era a primeira que iria ligar. Quando brigava com minha mãe, era a primeira que escutava – aturava – todos meus insultos. E quando passava por problemas difíceis, não era voz de pena que ouvia e sim de carinho e conselhos. Sempre que precisasse ela estaria ali, para qualquer momento que fosse, dos mais difíceis, para as piores enrascadas, até as seções de filmes com pipoca.
            Não precisávamos de muitas palavras para expressar o que sentíamos, bastava um olhar que conseguíamos entrar na mente uma da outra e decifrar tudo que ela estava pensando. Até mesmo quando eu via alguém ou até mesmo eu tropeçava na rua, queria ligar imediatamente contando esse misero fato.  Fazia treze anos que nos conhecíamos, tínhamos sete anos. Claro que em todos esses anos brigamos milhares de vezes, principalmente por coisas banais. Elizabeth não era uma pessoa fácil de lidar, era muito cabeça-dura, não vou dizer também que sou um anjo, pois sou muito estressada, causando várias discussões, mas nenhuma devastadora que durasse mais de uma hora.
            Peguei um copo de cappuccino na lanchonete do hospital e fui me sentar ao lado de Alex, que o mesmo sorriu fraco para mim passando seu braço pelo meu ombro. Abaixei a cabeça sentindo toda aquela dor no meu estômago voltar.
- Está se sentindo melhor?
- Como ela está? – ignorei toda a preocupação de Alex, me senti mal por isso, afinal meu estado não deveria estar dos melhores, mas minha preocupação era muito maior, e isso eu tinha certeza.
- Os médicos ainda não sabem, mas parece que não corre mais risco de vida – senti um alivio por dentro. Não deveria ter viajado com toda aquela confusão, não deveria ter deixa Elizabeth sozinha mesmo sabendo que Erick estava cuidando dela. Tinha prometido nunca a abandonar, mas mais uma vez fui egoísta me pondo em primeiro lugar. Como eu pude criar esperanças e achar que era só uma fase? Como eu pude ser tão hipócrita? Obvio que não era apenas uma fase, obvio.
            Elizabeth estava transtornada, não era para menos. Seu pai reapareceu depois de dezenove anos dizendo que a mãe que ela sempre achou que fosse sua mãe e que tinha morrido no parto não era sua mãe. Ele não podia voltar sem mais nem menos e contar todas aquelas coisas para ela, não era certo. Elizabeth entrou em uma depressão profunda dependendo de todos os tipos de remédios, por um momento parecia que eu morava sozinha naquele pequeno apartamento, e que parecia tão grande sem nossas bagunças e risadas.
            E com todo esse transtorno, a egoísta em pessoa foi passar uma semana na Austrália com meu namorado, como tive coragem? Mas não fazia nem dois que estávamos torrando naquele sol ardente que Alex me ligou contando que Elizabeth sofrera um terrível acidente.
- Srta. Gaylor?
- Sou eu – levantei rapidamente do banco que estava sentada ao lado de Alex.
- A Srta. Lidsba acordou e queria vê-la.
- Como ela está doutor? – senti que a qualquer momento meu coração pularia para fora de minha boca.
- Não está nada bem Srta. Gaylor, o acidente foi horrível, poderia ter morrido – senti algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto – gostaria de vê-la? – olhei rapidamente para Alex buscando algum apoio em seus olhos, o que eu menos desejava era encontrar Elizabeth em um estado deplorável naquela cama do hospital.
- Vai dar tudo certo – sorriu selando nossos lábios.
            Queria acreditar nas palavras de Alex, queria com todas as minhas forças. A única coisa que consegui pensar enquanto seguia o médico era como eu era egoísta e que se eu nunca tivesse feito aquela droga de viajem estaríamos Elizabeth e eu assistindo a algum filme de comédia e nos empanturrando de doces, enquanto eu tentava de tudo para animá-la. Abri a branca porta do quarto com o número 53 pendurado. Não sabia o que era pior, ver Elizabeth caída em depressão parecendo um defunto, ou deitada naquela cama branca com todos aqueles arranhões pelo seu rosto e corpo, e com o mesmo paralisado.
- Lucy? – ouvi o sussurro de sua voz. Tentei prender todas aquelas lágrimas que queriam pular urgentemente e escorrer pelo meu rosto, mas tinha que ser forte, precisava ser forte.
- Lisa – disse sorrindo me aproximando da cama. Puis minha mão sobre a sua com medo de que qualquer contato pudesse lhe machucar – desculpe-me lisa, eu sou uma estúpida egoísta, não deveria nunca ter ido viajar – encarei-a deixando cair uma pequena gota.
- Não diga besteira Lucy – sua voz era fraca, e parecia que ela estava fazendo um enorme esforço para pronunciá-las.
- Não diga mais nada Lisa, você está fraca precisa descansar, mas me prometa que não vai me abandonar. Que irá ficar bem? 
- Nós prometemos não abandonar uma a outra Lucy, você é minha irmã.
- Mas eu não cumpri Lisa, fui egoísta – estava cada vez mais difícil encarar seus olhos cor de mel. Estava com um misto de dor, mágoa, felicidade, e pela primeira vez não consegui saber o que eles queriam me dizer – promete que não vai me abandonar?
- Você está aqui Lucy, você não me abandonou, eu sabia que viria – e consegui entender o que aqueles olhos mel queriam me dizer. Ela estava ali, tinha certeza que não iria me abandonar. Estava fazendo um pequeno esforço para continuar ali. Queria se render de tudo, de todos, mas era como se ela estivesse presa.
- Você precisa descansar Lisa – dei um beijo em sua testa, mas continuei inércia onde estava – eu prometi e dessa vez vou cumprir.
            Sentei no pequeno banco que havia próximo a cama segurando sua mão. Não iria abandoná-la, não novamente. A amizade é o sentimento mais humano que existe mais puro e sincero. Um sentimento que devemos dar um verdadeiro valor a ele. Um grande tesouro que deve ser guardado e preservado. 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

V I V E R


[...] Viver é estar no todo, sendo tudo, sem nunca esgotar-se.
Quem vive, canta por dentro, a despeito do silêncio exterior. Quem vive, existe em todos os lugares, sem pertencer a nenhum. Quem vive, busca, em si mesmo, o que deseja para o seu caminho e, quando encontra, volta a buscar.
Quem vive, não vê morte, apenas transformação; não morre, transmuta-se para a vida; não nasce, apenas passa pela morte para viver.
Viver é ir mais, mudar sempre, virar-se e revirar-se, buscar o próprio avesso, sem saber onde fica o direito.
Viver é enxergar a luz, mesmo nas sombras, e criar luz nas próprias trevas.
Viver é expandir a própria existência para além dos limites imaginados.
Viver é doar-se, sem pedir; é ceder, sem resistir; é entregar-se, sem recear.
Quem vive, renasce um novo ser todos os dias.
Quem vive, não sabe o caminho ou quando chegará, para sabe para onde está indo.
Viver é ter na própria consciência uma única história, representada por milhares de faces, nomes, episódios de milhares de existências. [...]



Esse texto foi inspirado espiritualmente por um amparador extrafísico, durante uma reunião do Grupos de Estudos e Assistência Espiritual do IPPB.

sábado, 6 de novembro de 2010

Firework - Katy Perry

Fogo de Artifício



Você já se sentiu como um saco plástico
Flutuando pelo vento
Querendo começar de novo?

Você já se sentiu frágil
Como um castelo de cartas
A um sopro de desmoronar?

Você já se sentiu enterrado
Gritando sob sete palmos
Mas ninguém parece ouvir nada?

Você sabe que ainda há uma chance para você?
Porque há uma faísca em você

Você só tem que acendê-la
E deixá-la brilhar
Apenas domine a noite
Como 4 de julho

Porque baby, você é um fogo de artifício
Vá em frente, mostre o que você vale
Faça-os fazer "oh, oh, oh"
Enquanto você é atirado pelo céu

Baby, você é um fogo de artifício
Vamos, deixe suas cores explodirem
Faça-os fazer "oh oh oh"
Você vai deixá-los todos surpresos

Você não tem que se sentir como um desperdício de espaço
Você é original, não pode ser substituído
Se você soubesse o que o futuro guarda
Depois de um furacão vem um arco-íris

Talvez a razão pela qual todas as portas estejam fechadas
É que você possa abrir uma que te leve para a estrada perfeita
Como um relâmpago, seu coração vai brilhar
E quando chegar a hora, você saberá

Você só tem que acender a luz
E deixá-la brilhar
Apenas domine a noite
Como o dia 4 de julho

Porque baby, você é um fogo de artifício
Vá em frente, mostre o que você vale
Faça-os fazer "oh, oh, oh"
Enquanto você é atirado pelo céu

Baby, você é um fogo de artifício
Vamos, deixe suas cores explodirem
Faça-os fazer "oh oh oh"
Você vai deixá-los todos surpresos

Boom, boom, boom
Mais brilhante que a lua, lua, lua
Sempre esteve dentro de você, você, você
E agora é hora de deixá-lo sair

Porque baby, você é um fogo de artifício
Vá em frente, mostre o que você vale
Faça-os fazer "oh, oh, oh"
Enquanto você é atirado pelo céu

Baby, você é um fogo de artifício
Vamos, deixe suas cores explodirem
Faça-os fazer "oh oh oh"
Você vai deixá-los todos surpresos

Boom, boom, boom
Mais brilhante que a lua, lua, lua
Boom, boom, boom
Mais brilhante que a lua, lua, lua

sábado, 2 de outubro de 2010

Súbita dádiva V



Final


O encarei perplexa. Os traços de seu rosto eram lindos. Ele tinha um nariz fino, passei minhas pequenas mãos por ele descendo para sua boca. O encarei profundamente, vendo uma pequena lágrima escorrer sobre seu lindo rosto, logo a enxuguei. Voltei a encará-lo desnorteada. Ele era cego e nunca havia contado para mim?
- Porque você não me contou Henrique? – Levantei, sem dar tempo de ele impedir meu ato inesperado.
- Isa, eu...
- CONFIEI EM VOCÊ HENRIQUE, QUAL O MOTIVO DE VOCÊ NÃO TER ME CONTADO QUE TAMBÉM ERA CEGO?
- Isa, me desculpa.
- Eu te... – Não tive forças para terminar a frase. Sai correndo para minha casa. Passamos meses e meses juntos, e ele me enganando. Confiei nele, ele me ajudava e não entendia o motivo de esconder sua dificuldade que tínhamos em comum. Eu também era cega, por que ele não podia contar para mim?
Subi rapidamente as escadas de minha casa. Abri a porta de meu quarto e cai sobre minha cama.
            Durante uma semana notei que Henrique continuava indo ao parque de praxe, mas eu não tinha forças – ou coragem – para ir até ele.
Um mês depois de todo este ocorrido, estava voltando do colégio, passei pelo parque, mas ele não estava mais lá. Continuei caminhado para casa de cabeça abaixada. O pior foi perceber que desistimos de uma vez do nosso amor. Entrei em casa e logo debaixo da porta havia um envelope rosa misturado com outras contas para pagar. Peguei o envelope que tinha meu nome escrito com uma letra bem elegante.
Entrei em meu quarto deixando minha mala por algum canto, sentei na cadeira enfrente a escrivaninha. Imaginei mil e uma possibilidades de quem poderia ser, mas nada vinha em minha cabeça.
Abri a carta e grossas gotas de água escorriam em meu rosto.

Cuide bem dos meus olhos! Henrique.


FIM!

Essa história foi baseada em uma corrente de mensagens.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Súbita dádiva IV


Parte IV


- O que acha? – Perguntou meu pai.
Estava desnorteada, não sabia se olhava para ele, para o quarto ou para as estranhas pessoas que estavam ao meu redor.
- É maravilhoso – e as primeiras gotas começaram a escorrer pelo meu rosto. Meu pai veio ao meu alcance me dando um forte abraço. Tudo era maravilhoso, o quarto era aconchegante, branco, dando um ar de leveza. Tinha uma escrivaninha logo ao lado da cama, onde percebi que havia vários ramos de flores. Peguei um ramo de rosas apreciando aquelas lindas flores. No meio daquelas flores vermelhas havia um pequeno cartão rosa claro. O peguei entregando para meu pai para que ele pudesse ler para mim.
- Leia, por favor, pai.
- “Querida Isa, fui a sua casa há alguns dias atrás mais não havia ninguém. Resolvi ligar para seu celular e seu pai me contou sobre sua cirurgia. Estarei no parque quando você voltar amor. De seu namorado, Henrique” - lágrimas e mais lágrimas escorriam sobre meu rosto.
- Ele te ama filha – meu pai sorriu para mim esboçando um sorriso muito bonito.
- Doutor será que já posso ir?
Meu pai resolveu as últimas papeladas no hospital e pedi para que ele me deixasse no parque. Chegando lá sai correndo até o banco que passei as melhores tardes com Henrique. Ele ainda não havia chegado. Não censurei, afinal era uma hora da tarde e nós sempre nos encontrávamos lá pelas três. Parei em frente ao pequeno banco de madeira. Em sua frente havia um extenso lago verde, com muitas pombas brancas voando. Imaginei que certamente sentávamos de costas para ele. Burrice! Sim isso era muita burrice passar tantas tardes de costas para aquela paisagem maravilhosa.
Sentei no banco, mas dessa vez de frente para o lago. Peguei algumas pedras esparramadas pela grama, e atirava uma por uma naquela imensidade verde cheia de água.
Senti alguém respirar fortemente ao meu lado. Virei e abracei Henrique. Aos poucos nos separávamos até finalmente ficar um de frente para o outro. Ele sussurrou em meu ouvido.
- Prometa que a partir de agora você só irá sorrir amor.
- Prometo! – Respondi animada selando nossos lábios em um suave e rápido beijo.
Fechei meus olhos e segurei firme o rosto de Henrique. Senti as mãos quentes dele sobre as minhas e aos poucos fui abrindo meus olhos. 

continua

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Súbita dádiva III



Parte III

Semanas pós semanas, eu ficava ainda mais ansiosa com cada toque do telefone.
E foi em mais um destes toques que corri escada abaixo para atendê-lo, mas era tarde de mais, meu pai já havia atendido. Sentei no sofá esperando algum sinal, mas o único que ouvi era meu pai falando “está certo”, “já estamos indo”.
Não entendia nada, mas entrei correndo no carro junto a ele.
- Deus ouviu suas preces – havia entonação em sua voz. Não precisava perguntar do que ele estava se referindo, pois já estava entendendo muito bem o que estava acontecendo. Eu iria ter a chance de poder enxergar novamente. Com toda a minha euforia acabei esquecendo de ligar para Henrique e avisar que não iria ao parque está tarde.
Entramos no hospital e fomos atendidos muito bem. Depois de me colocarem em cima da maca de cirurgia eu não me recordo do que fora ocorrido.
           
            Na manhã seguinte, acordei e os médicos me contaram que a havia ocorrido perfeitamente bem o transplante, mas teria que ficar dois dias com os curativos em meus olhos até que eu me acostumasse com aqueles órgãos estranhos dentro de mim.
Liguei para Henrique pedindo que me encontrasse no parque brevemente. Foram os dias mais longos e entediantes de minha vida.
Acordei aflita pela manhã. Rita – enfermeira que cuidou de mim durante esses dois dias. Na verdade ela foi um consolo para mim. Eu conversava com ela de tudo, contei minha história e de Henrique, como uma boa e nova amiga ouvia tudo com alegria. Rita me disse que estava muito emocionada com nossa história e queria que apresentasse Henrique um dia para ela – se aproximou estendendo a bandeja de café da manhã sobre a cama.
- Já posso tirar esses curativos, Rita? - coloquei a mão em cima dos panos que cobriam meus olhos em sinal que iria arrancá-los de uma vez por todas.
- Calma menina. Espere o Dr. Fernando chegar – retirou minhas mãos dos curativos, com  receio do que eu poderia fazer – se alimente um pouco que daqui alguns minutos você estará enxergando!
            Três horas da tarde, Doutor Fernando entrou no quarto me receitando remédios e mais remédios que eu deveria tomar e passar em meus olhos. Depois de um longo discurso ouvi muitas vozes entrarem no quarto e os curativos serem retirados de mim.

continua

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Súbita dádiva II

 Parte II
Ainda no mesmo ano, em uma tarde de junho, estava indo ao parque de praxe.
Sentei no pequeno banco de madeira e notei que ele ainda não havia chego. Esperei alguns minutos, mas ele estava demorando muito. Levantei decidida a voltar para casa.
Dei pequenos passos em direção a saída do parque, com a esperança dele me sustentar em seus braços e dizer que estava detido no trabalho por isso se atrasou. Mas nada, o único que escutei foi uma música idiota - idiota mais muito encantadora - vindo da direção onde segundos atrás eu estava sentada. Voltei ao banco para apreciar um pouco aquela linda melodia.
 Logo que me sentei senti duas mãos quentes tocando o meu rosto.
- Que namorar comigo? – Henrique sussurrou em meu ouvido com uma voz rouca.
Ao ouvir essa pequena e muito significante frase, o abracei com toda minha força e selei meus lábios junto aos dele. Começamos um beijo suave, ele era perfeito! Nunca pensei que alguém se apaixonaria por mim, e Henrique conseguiu superar todas as minhas expectativas.
No fim da tarde ele me levou para casa. Dei um beijo em seus lábios de despedida. Já estava girando a maçaneta da porta quando ele me puxou pelos braços.
- Eu te amo muito!
- Também te amo – abracei ele deixando uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- Ei! Não chore Isa.
- Você não entende amor. Eu nunca quis tanto poder enxergar como agora. Eu gostaria muito de te ver.
- Eu estava conversando com minha mãe semana passada sobre você, sobre sua deficiência. Por que você não procura um médico, um especialista no caso, pois poderia encontrar algum transplante de córnea. E se tudo desse certo você poderia voltar a enxergar – ficamos mais um tempo conversando sobre está brilhante idéia, e logo quando entrei em casa subi correndo para o quarto do meu pai para lhe contar estas duas novidades.
            Na manhã seguinte meu pai me levou ao médico para ver se era possível fazer o tal transplante de córnea. O médico disse que meu caso era difícil, mas caso houvesse alguma doação ele me ligaria.
 Chegando em casa. Tomei um rápido banho e corri para o parque com finalidade de contar as novidades para meu namorado. Disse como foi a consulta com o médico empolgadamente. Ele disse que estava feliz por mim, e que iria rezar para que houvesse alguma doação o mais rápido possível.    
             Dois meses se passaram, toda esperança que existia dentro de mim já estava chegando ao fim. Henrique perguntava a todo o momento o que me perturbava, mas não queria encher ele mais uma vez com meu problema, então apenas respondia que era cisma dele.
Certo fim de tarde, quando retornei a minha casa, não parava de pensar que nunca iria aparecer alguma doação. Acabei fazendo a maior tolice de minha vida, pois acabei esquecendo de todo o amor que eu sentia por Henrique e deixei a fúria dominar meus pensamentos. Tentei me suicidar e acabar com estes problemas de uma vez por todas. A única coisa que me recordo depois desse acidente era a voz do meu pai desesperado me chacoalhando em seus braços.
Quando contei para Henrique dessa minha imprudência, pude sentir a preocupação em sua voz, e logo ele me respondeu:
- Calma meu amor. Quanto menos você esperar, você estará na sala de cirurgia fazendo o transplante. Mas não de mais estes sustos em mim e principalmente em seu pai, certo? Imagina como seria para ele te perder - Henrique tinha razão. Eu estava completamente fora de mim quando tomei aquela atitude.
 Acreditei nele e toda a noite rezava para que meu desejo se realizasse rapidamente.

continua

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Súbita dádiva I



Parte I


Eu me chamo Isabella, Isabella Sampaio. Tenho vinte anos. Mudamos para São Paulo quando eu tinha apenas cinco anos de idade, foi logo depois do acidente. 




Eu e mamãe estávamos voltando de uma curta viagem até a praia, quando a carreta de um caminhão tombou nos acertando. Minha mãe não aguentou e faleceu. Fique em coma durante 3 meses, não me lembro direito, e logo que acordei não podia mais enxergar.

Gostaria poder ver de novo, como todos a minha volta. Me sinto deslocada, me sinto anormal!
Mas não foi por essa deficiência que as pessoas tinham aversão de estarem ao meu lado. Muito pelo contrário, sempre tive muitos amigos em torno de mim.
           
12 de fevereiro 
            O sinal do término da aula tinha acabado de soar. Era sexta-feira, e como toda tarde, fui passear no parque. Estava um dia frio e chuvoso. Cada passo que eu dava, ouvia o barulho dos foliáceos secos caídos sobre grama. Sentei em um banco úmido a fim de sentir um pouco a brisa. Podia não ver a paisagem, mas só de sentir o vento brando e fresco percorrendo meu rosto era uma sensação incrível.
- Posso sentar? – Me perguntou uma voz grossa.
- Claro!
- Como você se chama?
- Isabela – sorri gentilmente – e você?
- Prazer Henrique – ele pegou em minhas mãos em sinal de comprimento. Abri um grande sorriso involuntariamente. É difícil alguém ter contato comigo dessa maneira.
Fiquei até entardecer conversando com Henrique no parque. Contei sobre minha deficiência para ele, e ele me contou com o que ele trabalhava e sobre sua família. Era um garoto gentil, educado. Me sentia segura ao seu lado.
 Caíram as primeiras gotas de chuva. Disse a ele que tinha que ir. Como estava ameaçando cair uma tempestade ele me acompanhou até a porta de casa. Quando chegamos, ele disse para nos encontrarmos amanhã no mesmo local.
            Dias e dias se passaram, e meu cotidiano se tornou passar as tardes com Henrique, no mesmo pequeno banco onde nos encontramos pela primeira vez.
Henrique estava se tornando um ótimo amigo. Quando estávamos juntos me sentia bem, e quando não estava com ele, não conseguia parar de pensar quando eu iria vê-lo novamente.
- Henrique.
- Fala Isa – ele passou uma de suas mãos pelo meu rosto.
- Você sabe qual é o meu maior motivo deu querer voltar a enxergar um dia?
- Não – sua voz estava confusa.
- Eu gostaria de poder saber como você é, e está paisagem.
- Eu se fosse você não iria gostar de me ver não – disse ele rindo
- É sério Henrique. Nunca tive uma motivação tão grande para querer um dia poder enxergar, como quero poder ver você agora.
- Um dia seu sonho será realizado.

            Algum tempo depois, o sentimento que eu sentia por Henrique era tão forte, que não sabia direito como lidar com aquela estranha sensação dentro de mim. Nunca me apaixonei antes. Nunca tive um grande amigo. Tenho muitos colegas, mas apenas isso, colegas. 

continua

-

Gente a próxima postagem será uma história em que nos criamos há um tempo, e decidimos colocar aqui pra quem estiver a fim de ler, vou postar um pouco por dia não é comprida, mais em um post só vai fica bem grandinho haha, espero que gostem beijos!  

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Terceira pessoa do plural

Já deu para perceber que começamos a postar e nem ao menos nos apresentamos, o entusiasmo para iniciar o blog era tanto, que acabamos esquecendo essa parte. Já faz algum tempo que nós estavamos criando coragem e deixando a preguiça de lado para iniciarmos a escrever. E finalmente conseguimos!
Vamos escrever todas nossas angustias e pensamentos para nos livrar de todo o mal guardado, e compartilhar todas a nossas alegrias. Afinal a vida não é feita apenas de momentos ruins!
É o nosso primeiro blog, por isso não está mil maravilhas, na verdade é apenas um começo, até para treinar a escrita que hoje em dia acaba sendo essencial. E também para ler um pouco dos outros blogs que são muito interessantes.
Não estamos escrevendo para convencer ninguém, apenas para compartilhas vivencias e opiniões. Uma ajuda é sempre bem vinda, então participem conosco nos comentários relatando a opinião de vocês.

"As biografias são apenas roupas e botões da pessoa. A vida da própria pessoa não pode ser escrita"( Mark Twain)

Ana Cláudia Dantas Martinho, 16 anos, nascida dia 7/10/1993. Apaixonada por chocolate, música, crianças, animais e livros, inclusive o seu favorito é Feliz Ano Velho de Marcelo Rubens Paiva. Sentimentalista, chora por tudo. Têm medo de se apegar as pessoas e depois perder elas.Adora dar risada, principalmente com os amigos. Cabeça dura, detesta estar errada. Não gosta muito de ouvir críticas, mas não se abala com as mesmas. Se estressa facilmente, e muito grossa, mas não gosta de tratar mal as pessoas. Não gosta de hipocrisia,mentiras, individualismo e muito menos de injustiça. Se preocupa muito com todos que estão a sua volta. Não é magra e mede 1,60. Adora geografia, história, matemática e literatura, mas detesta sua professora. Adorar computador, e adora dormir. Dedicada e muito preocupada com o futuro. Quer fazer jornalismo, intercâmbio pela Inglaterra, conhecer a Europa e ajudar as pessoas. Fala bem pouco inglês e sonha aprender francês e italiano. Têm medo de escuro, de espiritos, de altura e de distância. Odeia sentir saudade, mas é um sentimento que a persegue. Sua maior saudade é sua Vó. Ama sua família e seus amigos. Apaixonada por escrever, nas palavras ela acha uma maneira de dizer o que sente.

Bruna Henrique Caruso, 16 anos, nascida 8/02/1994. Adora comer, dormir, computador, crianças, sair com os amigos e se divertir. Adora tomar café da manhã na padaria com seus pais. Gosta de filosofia, e matérias que os professores dominam o assunto. Não gosta de limpar a casa, fazer lição e educação física. Odeia obrigações e responsabilidade. Muito preguiçosa. E por mais ansiosa que seja é muito paciente e está sempre disposta a ajudar. Não tem pulso firme e perdoa muito fácil. Não guarda mágoas, mas qualquer coisa a deixa chateada. Têm suas próprias opiniões, mas têm dificuldade em expressá-las. Odeia pessoas que se sentem superiores. Quer sair do país para conhecer o mundo antes de cursar uma faculdade. Quer ter uma vida digna e histórias para contar. Tem dificuldade em demonstrar seus sentimentos, chorar é quase uma raridade, mas por dentro há uma explosão deles.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dissimulação

Nesse conto de farsas o final pode não ser tão feliz!
Algumas pessoas se escondem atrás de máscaras, criando uma farsa sobre elas mesmas, e se tornando pessoas frias. É inacreditável que existem pessoas em nosso cotidiano que tentam se passar por "fodas" com mil e um argumentos para apenas sair por cima das outras, ridículo! Isso tudo é uma hipocrisia, não pense que a vida é como sempre imaginamos. Não se trata apenas de ter um carro, estar em uma boa faculdade e sair para vários lugares legais se você não tem ninguém ao seu lado. Ter um amigo que te valorize, que esteje com você tanto nos momentos bons, mas como também em maus momentos, é um dos grandes tesouros que nós temos e que fazem bem ao nosso interior, pois nenhum tipo de orgulho pode nos satisfazer. Sempre existem aquelas pessoas que desejam estar por cima, ser mais inteligente, ser a mais bonita, tudo dela ser o melhor, mas para que tudo isso adianta? Se apenas o que você está criando a sua volta são pessoas falsas, pois nem você é verdadeiro consigo.
Cansamos de toda essa farsas, hipocrisias, mentiras, joguinhos que estão sendo criados em nossa volta. Para que as pessoas são tão calculistas? Por que elas simplesmente não fazem o que seus corações mandam? Afinal eles nunca mentem !

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tecido Utopio


Será que sonhar é uma utopia?
Utopia: sistema ou plano irrealizável, uma fantasia. O não conformismo, a não aceitação de uma realidade, a não ser aquelas com um potencial humano elevado.
Muitas pessoas ignoram a realidade fechando seus olhos, iludindo a sua própria mente com a imaginação de seus sonhos. As pessoas sonham cada dia mais, pois quando um sonho se realiza, elas não se contentam, querendo melhorar a cada dia mais.
Um mundo melhor é SIM uma utopia, mas nós possuímos o mais importante, o poder de construir nosso próprio mundo, pois não há nada que aprisione nossas fantasias.
Sonhos são como uma costura de roupa, coloca-se a linha na agulha, e vai alinhavando pelo tecido. Os sonhos são o tecido dessa costura, já nós somos a linha da agulha, ou seja, estamos construindo nossa realidade a partir dos nossos sonhos.
Pois apenas imaginá-los não adianta, é preciso vivenciá-los.
Ouça seus sonhos, eles são mais espertos que você, afinal eles são o caminho para a eternidade!